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14.02.2017

Lojistas praticam valores diferenciados na compra à vista e a prazo

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Lojistas podem praticar preços diferenciados nas compras à vista e a prazo de seus clientes, desde 27 de dezembro do ano passado, após autorização do governo federal, por meio de medida provisória. No mercado, alguns empresários afirmam que podem cobrar entre 5% a 10% menos de quem paga em dinheiro.

 

Nas vitrines de Manaus, já é possível notar uma variedade de descontos para pagamentos à vista. Desde dezembro, está em vigor a medida provisória que autoriza os lojistas a praticarem preços diferenciados para pagamentos à vista e pagamentos a prazo.

 

Agora, a medida permite que o valor cobrado por mercadorias e serviços varie “em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado”. A ideia é que o comércio ofereça descontos nas vendas em dinheiro, graças à eliminação do intermediário: as operadoras de cartão de crédito, que ficam com um percentual de cada transação e repassam o valor da venda ao lojista 30 dias após sua efetivação.

 

Para o economista Martinho Azevedo, a nova medida é boa tanto para os lojistas, quanto para o consumidor, desde que atendidas suas expectativas de ambos, lojista de vender e obter lucro, e o consumidor em comprar e satisfazer seu desejo é condição de pagamento. “A questão do pagamento à vista ou a prazo é a barganha na negociação na forma de pagamento”, pontou.

 

Discussão

 

Entidades de defesa do consumidor, afirmam que os lojistas já embutem atualmente os custos com as operadoras de cartão no preço das mercadorias e que, com a liberação da cobrança diferenciada, vão apenas elevar mais os preços para quem pagar no cartão de crédito.

 

Segundo o Banco Central, 42% dos pagamentos efetuados em 2015 foram feitos com cartões de débito e crédito, no valor total de R$ 1 trilhão. No mesmo ano, os brasileiros sacaram R$ 1,3 trilhão nos caixas eletrônicos.

 

O economista Fabio Pina, da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, rejeita a ideia de que os lojistas aproveitarão a mudança para aumentar preços para pagamentos com cartão. "O que define preço é oferta e demanda", diz. "Se aumento os preços, mas meu concorrente baixa, eu perco mercado”. É possível também que operadoras de cartões, pressionadas pela concorrência com outros meios de pagamento, ofereçam condições melhores aos comerciantes.

 

Em nota, a  Associação Brasileira de Estudos Crioulos e Similares  (Abecs), associação que representa as operadoras, limitou-­se a dizer que os cartões continuarão sendo a melhor opção para os consumidores. Para Henrique Lian, gerente de políticas públicas da Proteste, entidade de defesa dos consumidores, a medida provocará aumentos de preços nas transações com cartão e dificultará a vida das pessoas, porque os lojistas só anunciarão os preços para pagamentos em dinheiro. Além disso, a entidade acha que a medida pode aumentar o risco de assaltos, ao incentivar as pessoas a andar com mais dinheiro na carteira e aumentar as quantias disponíveis no caixa das lojas.

 

Agência CDL 

 

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